bandeira do Brasil
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Este confronto entre o presidente Lula e a imprensa é artificial, não somos a Venezuela nem a Argentina. Este confronto é na realidade um confrontóide, parafraseando a semelhança fato-factóide. Na sexta-feira (24/9) em Porto Alegre, ao lado da sua candidata, o presidente pregou o exercício da humildade para lidar com o noticiário que desagrada. Foi taxativo: Ora, se no dia anterior Lula levanta a bandeira da humildade e sugere uma pacificação, por que insistir no clima de guerra? Aqueles que tomaram a decisão de soltar o petardo não leram a notícia por eles publicada sobre a mudança no ânimo do adversário? Fora do expedienteUma imprensa incapaz de perceber as sutilezas da política está evidentemente tão radicalizada e delirante quanto aqueles que denuncia. Na verdade, este pseudo-embate, confrontóide, está sendo agravado porque a mídia abriu mão de seus atributos e resolveu juntar-se ao presidente num palanque no qual nenhum dos dois deveria freqüentar. O presidente Lula comete um erro quando se compara à imprensa – como o fez indiretamente na entrevista ao portal Terra, divulgada na quinta-feira (23/9). Se jornais e revistas não podem exercer o papel de fiscalizadores e críticos do governo – como alega – ele, presidente, não deveria funcionar como cabo eleitoral ostensivo, em tempo integral. O próprio Lula havia prometido há poucas semanas que só faria campanha depois do expediente e nos fins de semana, quando não tem compromissos oficiais. A Presidência da República é cargo full-time, a promessa é capciosa, e além disso, não está sendo cumprida. Exaltação generalizadaO eleitor que reside além dos limites do estado de S. Paulo não tem condições de ouvir no seu horário eleitoral um autêntico jingle radiofônico protagonizado pelo presidente e seus dois candidatos ao Senado. Não interessa se este tipo de atuação do chefe da nação é legal ou não, o que interessa é que este engajamento escancarado fere os protocolos, ritos e símbolos de uma democracia. Tão enfezada como os seus detratores, a imprensa não sabe identificar tais transgressões e advertir a Justiça Eleitoral. Prefere aderir à exaltação generalizada. Esquece o seu poder irradiador. Com um pouco mais de jornalismo e menos panfletagem, o presidente seria obrigado a ser mais presidente. *** Frases** Sobre a imprensa, o presidente Lula disse o seguinte na entrevista ao portal Terra (segundo a Folha de S.Paulo, sexta, 24/9, "Especial Eleições", pág. 4): *** ÍntegraVeja a íntegra da entrevista do presidente Lula ao portal Terra, em três blocos. Parte 1 Parte 2 Parte 3 |
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Mais jornalismo, menos panfletagem e um pouco de Brasil
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Instigante observação, Fernando. Abraços
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