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"Palacete Santa Helena". |
A arte em todos os tempos sempre teve o mesmo tratamento. quando começa o processo criativo sempre não tem o reconhecimento .pois como e o novo não é apreciador
Os críticos só reconhecem um movimento ou estilo já estabelecido. como nos impressionista na sociedade paulista também teve um movimento artístico muito forte. Que ate hoje não tem o devido reconhecimento
Será que neste momento esta acontecendo um movimento artístico no Brasil?
Grupo Santa Helena foi o nome atribuído pelo crítico Sérgio Milliet aos pintores que, a partir de meados da década de 1930, se reuniam nos ateliês de Francisco Rebolo e Mario Zanini. Os ateliês estavam situados em um edifício da Praça da Sé, na cidade de São Paulo, denominado "Palacete Santa Helena". Este prédio foi demolido em 1971, quando da construção da estação do Metrô da Sé.
O Grupo Santa Helena formou-se de maneira espontânea, sem maiores pretensões e nenhum compromisso conceitual. A maioria era formada por imigrantes italianos, como Alfredo Volpi e Fúlvio Penacchi; ou filhos de imigrantes italianos como Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini e Humberto Rosa; ou espanhóis, como Francisco Rebolo; ou portugueses, como Manuel Martins.
Eram todos de origem humilde e, para sobreviver, exerciam atividades artesanais e proletárias. Rebolo, Volpi e Zanini eram decoradores-pintores de paredes; Clóvis Graciano era ferroviário; Fulvio Penacchi era dono de açougue; Aldo Bonadei era figurinista e bordador; Rizzotti era mecânico e torneiro; Manuel Martins era ourives; Rebolo era jogador de futebol; e Humberto Rosa e Pennacchi eram professores de desenho. A pintura era praticada nos fins de semana ou nos momentos de folga.
A maior parte deles freqüentou o Liceu de Artes e Ofícios ou a "Escola Profissional Masculina do Brás". Porém, conscientemente ou não, reduziam esse aprendizado às técnicas de pintura e desenho e não às orientações acadêmicas de ordem formal.
Nessa época, algumas associações de pintores foram constituídas em São Paulo, como a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e o "Clube dos Artistas Modernos" (CAM), englobando os participantes da Semana de 22. Esses grupos eram formados por intelectuais e membros da Elite paulista, que mantinham enorme distância em relação aos integrantes do Santa Helena e de outros núcleos proletários, dos quais tinham pouco ou nenhum conhecimento.
A união do grupo, que perdurou por muitos anos, pode ser explicada como reação ao enorme preconceito existente em relação aos imigrantes pobres, por parte não só das elites formadas por famílias brasileiras, mas também por parte dos imigrantes que já tinham feito fortuna no Brasil. Esse preconceito ficou evidente em inúmeras críticas que surgiram ao trabalho do Grupo, principalmente quando eles começaram a despertar a atenção e a ameaçar posições já definidas.
Com exceção dos que já tinham estudado na Europa, como Pennacchi, Rizzotti e Bonadei, o contato dos integrantes do Grupo com a produção artística de lá era bastante precário e obtido com professores no Brasil. Bonadei estudou com Pedro Alexandrino, Antonio Rocco e Amadeo Scavone; Graciano foi aluno de Waldemar da Costa e Zanini estudou com Georg Elpons.
A perseverança do Grupo, que continuava na luta pela sobrevivência, despertava o interesse e acolhia novos amigos e parceiros. Assim, com o tempo, o local passou a ser o ponto de encontro de muitos outros artistas.
O mérito maior do Grupo Santa Helena foi ter revelado alguns dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século XX.
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Bonadei |
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Bonadei |
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Bonadei |
Manoel Martins (1911 - 1979) Ilustrador, pintor, desenhista, gravador, escultor e ourives. Iniciou sua carreira artística em 1924, exercendo o ofício de ourives. Em 1927, se dedicou à relojoaria, e posteriormente passou a trabalhar no comércio. Paralelamente se dedicou às artes. Em 1936, passou a dividir o ateliê com Mario Zanini e conheceu os demais integrantes do Grupo Santa Helena.
Fulvio Pennacchi
Fulvio Pennacchi
Fulvio Pennacchi
Fulvio Pennacchi (1905 - 1992)De origem italiana, foi pintor, ceramista, desenhista, ilustrador, gravador, professor. Em 1924, mudou-se para Lucca e inicia sua formação artística freqüentando o Instituto Real de Bellas Artes (atual Instituto Superior Artistico A. Passaglia). Mudou-se para São Paulo em 1929 e dedicou-se a diferentes atividades até 1933, quando passou a trabalhar na execução de monumentos funerários. Em 1935, conheceu Francisco Rebolo e passou a freqüentar seu ateliê, onde conviveu com os artistas do Grupo Santa Helena
Clóvis Graciano
Clóvis Graciano
Clóvis Graciano
Clóvis Graciano
Clóvis Graciano
Clóvis Graciano (1907 - 1988)Pintor, desenhista, cenógrafo, gravador, ilustrador. Nascido em Araras, mudou-se para São Paulo a partir de 1934. Realizou estudos com o pintor Waldemar da Costa entre 1935 e 1937 e freqüentou como aluno ouvinte o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938. Em 1937, passou a integrar o Grupo Santa Helena.
Humberto Rosa
Humberto Rosa (1908 - 1948)Pintor e desenhista, estudou na Escola de Belas Artes, em 1932, em São Paulo. Em 1936 passou a integrar o Grupo Santa Helena.
Rizzotti (1909 - 1972)Alfredo Rullo Rizzotti, foi pintor, decorador, desenhista e gravador. Cursou a Academia Albertina em Turim, Itália entre 1924 e 1935. De volta ao Brasil, integrou o grupo Santa Helena, por volta de 1937, e a Família Artística Paulista entre 1939 e 1940.
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi
Alfredo Volpi (1896 - 1988)O mais famoso santahelenista, italiano, mudou-se para o Brasil, São Paulo, em 1897 e, ainda criança, estudou na Escola Profissional Masculina do Brás. Mais tarde trabalhou como marceneiro, entalhador e encadernador. Em 1911, tornou-se pintor decorador e começou a pintar madeiras e telas. Fez parte do Grupo Santa Helena e, em 1936, participou da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integrou, em 1937, a Família Artística Paulista - FAP.

Mogi das Cruzes, Alfredo Volpi, dec.30, óleo s/ tela, 54x81,4cm |
Em 1940, ganhou o concurso promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, com trabalhos realizados com base nos monumentos das cidades de São Miguel e Embu e encantou-se com a arte colonial, voltando-se para temas populares e religiosos. Realizou trabalhos para a Osirarte.
Sua primeira exposição individual foi em São Paulo, na Galeria Itá, em 1944. Em 1950, viajou para a Europa acompanhado de Rossi Osir e Mario Zanini, quando se impressionou com obras pré-renascentistas. Passou a executar, a partir da década de 1950, composições que gradativamente caminham para a abstração, como a série intitulada "Bandeirinhas", provavelmente sua obra mais conhecida.
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